terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Eu sou a mãe que posso ser...

Nesses quase quatro anos e meio que sou mãe, já passei por muitas fases! Isso sem contar o tempo desde a primeira gravidez...

Imagino que todas as mães também passem por coisas parecidas, mas não costumamos abrir a caixinha de surpresas e desabafar tudo de uma vez.

Agora que temos redes sociais como aliadas, pelo menos eu, afogo minhas lágrimas lendo relatos de outras mães desesperadas e quando se trata das minhas filhas, as postagens se resumem a fotos de uma vida cor de rosa (mas pode ser a cor que você quiser). Ou seja, fotos de uma vida editada e que só aparece o mar de rosas!

Por trás daqueles sorrisos e poses, há seres humanos reais, uns adultos – como meu marido e eu, e outros de pouca idade – como Lívia e Clarice ou Clarice e Lívia** – que se digladiam boa parte do tempo para tentar viver bem dentro de uma educação saudável em todas as dimensões.

**Pode até parecer doença, mas até quando vou citá-las fico em dúvida em quem colocar primeiro para elas não pensarem, num futuro, que eu coloco quem eu gosto mais! Isso é inconcebível! Eu as amo igual, com a mesma intensidade, apesar das relações diferentes entre nós. Às vezes, coloco em ordem alfabética, em ordem cronológica... mas sempre fica a pulga atrás da minha orelha.

Voltando aos seres humanos reais... Agora que minhas filhas já passaram daquelas fases mais dependentes (que incluem puerpério e amamentação), sinto que lido melhor com os ‘dramas’ do dia-a-dia e até me atrevo a emitir opiniões, me sentindo “a mãe experiente”. Pode até parecer pretensioso da minha parte, mas não é. Eu falo sim, mas quando me perguntam, quando querem realmente saber o que penso e isso pode até ajudar alguma mãe ou pai que esteja passando por uma situação difícil.

Algumas coisas que marcaram muito minha vida de mãe foram meus partos, pois passei por uma cesárea e depois por um parto natural – e isso ainda causa estranheza em muuuuitas pessoas; as amamentações, porque achei que lidaria muito bem, mas sofri coisas diferentes nas duas vezes que amamentei; mesmo entendendo e achando o máximo as mães que amamentam para além dos 6 meses, não me via muito mais do que isso amamentando (amamentei 16 meses no total das duas filhas); a ida da Lívia para a escola; a segunda gravidez; a ida da Clarice para a escola; os cuidados da escola definitivamente nunca serão os mesmos que os meus e tive que conviver com isso e relevar muitas coisas para viver mais leve; Lívia usar e deixar de usar o bico; o desfralde da Lívia; os traumas com cocô; e agora estou vivendo o desfralde da Clarice que, obviamente, está sendo diferente do da Lívia em tudo.

Sinto que sou muito mais forte hoje com as duas, do que quando só tinha a Lívia. Ter as duas num curto espaço de tempo me ajudou em muitas coisas. Consigo lembrar algumas coisas que fiz da primeira vez e não repetir. Ou por esquecer completamente como foi com a Lívia, faço diferente mesmo! E assim vai indo. Percebi que promessas feitas para crianças têm que ser cumpridas, pois elas cobram... Eu sei bem disso, pois até hoje tem uma promessa que meu pai não cumpriu.

E mesmo agora estando mais “calejada”, ainda fico abismada com os palpites desnecessários que surgem do nada de vez em quando ou com os que me são contados pelas recém-mães... Essa é uma das perguntas que ainda não calou em mim: por que surgem/há tantos especialistas em gestação, bebê, maternidade quando engravidamos ou temos bebê/crianças pequenas???

Bom, de qualquer forma, tento deixar esses palpites de lado ou só usá-los se me convém! Afinal de contas, cada um no seu quadrado (ou a forma que você quiser), não é mesmo?

Foto: 31 de julho de 2016. Créditos: Allan ou Cami Johann (não lembro)!

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

A Era do Pai Presente.

Ultimamente tenho acompanhado fotos, textos, comentários e afins a respeito da importância de ser ter o pai presente na vida e na educação das crianças. Concordo. Até porque pai não ajuda, pai educa! 
Tenho ouvido também que trocar fraldas é básico. Concordo, mas para mim pai mesmo só tem duas coisas que não pode fazer por questões de natureza biológica, mas que não diminui sua importância na vida da criança: parir e amamentar. O "resto" todo pai deve e pode, pode e deve fazer!
Pais dessa geração atual que estão lendo este texto, que se acham o máximo, que se enchem de orgulho por fazerem tanto na vida dos pequenos, eu lamento dizer que vocês não foram os primeiros a iniciar essa era do pai presente! Calma! Vocês continuam sendo o máximo, se achando orgulhosos porque, afinal, pai é pai! 
Mas quem iniciou a era do pai presente foi meu Pai! A era à qual me refiro é também chamada de A Era Pãe! 
Meu pai foi pai sem querer duas vezes. Meu pai morou longe de mim muito tempo da minha infância, mesmo assim, foi um pai presente. Já não moro na mesma cidade que ele há quase 13 anos, mesmo assim, ele continua muito presente. 
Meu pai é O cara! Quando eu tinha 11 anos, nós dois fomos morar juntos, isso era fim de 1995. Na época, era algo incomum uma criança não ficar com a mãe. Minha mãe preferiu ficar sem nós, preferiu ficar sozinha. Uma escolha dela, dolorosa para todos, porém muito saudável também. Eu não seria eu hoje se aquela separação não tivesse ocorrido, acho que eu seria muito mais triste.
Bom... Morei só com meu pai durante 06 anos e deu tudo certo! 
No fim de 2001, quando minha irmã tinha 03 anos, meu pai ganhou a guarda dela e passamos a viver os três juntos. O ano de 2002 foi bem conturbado. Imagina... um pai, uma filha adolescente e uma menininha no auge dos seus 04 anos! Foi uma guerra! Uma guerra saudável!
Eu não sei dizer se meu pai chegou a trocar fraldas minhas ou da minha irmã... Mas eu sei que ele deu o melhor dele para que fôssemos meninas direitas, educadas, felizes e, sobretudo, de "cabeça boa". Somos tudo isso e muito mais.
A relação da minha mãe comigo e com minha irmã não é a das melhores, mas é a mãe que temos, ponto! Ela fez as escolhas dela e infelizmente não acompanhou boa parte da nossa vida por conta do que ela achou ser mais importante naquele momento em que decidiu viver sem nós. 
Meu pai é um cara normal, trabalhador, curte um futebol e uma cerveja, cumpre com sua obrigação de pai, hoje também de avô, é honesto e com boa parte dos cabelos beeem grisalhos... Imagina só ter duas filhas e duas netas... 
Ele já foi "meu pai, meu herói", acho que todo pai é um pouco disso na nossa vida, mas hoje ele é só meu pai. Eu o admiro muito porque cumpriu e cumpre seu papel de pai com muita honestidade e simplicidade. Ele não vai me deixar uma herança material significativa, mas com certeza o seu legado moral vale mais que uma vida.
Hoje o conceito de família vai para além de pai, mãe e filhos biológicos. Filhos são filhos, sejam biológicos ou adotados... Mãe é mãe, seja biológica, de coração, seja vó, seja tia, seja madrinha... Pai é pai, seja biológico, de coração, seja vô, seja tio, seja padrinho... Família é família. Família é o grupo de pessoas que você convive todos os dias, divide o mesmo teto e compartilha os momentos da vida.
Não estou defendendo que haja pais assim ou assados, que família sem pai não é família. Não. Defendo uma vida com amor, com responsabilidades compartilhadas de forma a assegurar uma vida saudável, sobretudo, para as crianças. Por fim, dedico este texto a uma pessoa de muito valor na minha vida: meu Pai - José Alberto Johann, vulgo "Vovô Beto"!

Meu pai com minhas filhas Lívia (03 anos) e Clarice (01 ano). 
Foto de Morgana Dias Johann. Abril de 2015.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

O valor da infância.

Fotos: créditos para Centro Educacional Espaço da Criança.
Clarice no Berçário. 27/08/2015.
Lívia passeando na Lagoa da Conceição com a escola. 28/08/2015.

Tudo passa... Mas certas coisas precisam realmente de nossa atenção, uma atenção especial, eu diria um cuidado! A infância... Ah! A infância... Arrisco em dizer uma das melhores épocas da nossa vida, pelo menos no plano ideal, pois tudo é tão simples! A criança vive o presente, o agora... Para ela, o que importa é você estar com ela naquele momento em que ela precisa, "depois", "já vou", não vale! Porque se você for depois, aquele instante que você deixou passar não volta mais pra você estar com a criança... Não se trata de fazer tudo o que a criança quer e na hora que ela quer! Não é isso que estou falando! Estou falando em sentar no chão e rolar com a criança; em acordar e atendê-la antes de você estar apresentável; em não esperar tudo conspirar a favor para você se dispor a brincar, a fazer um desenho lindo (mesmo que você seja expert apenas em garatujas) ou a ver um passinho de dança... Ouça o que a criança tem a dizer, não só com as palavras e os resmungos que ela pronuncia, mas com os gestos, com as expressões, com as caras feias... Aqui em casa, bagunça generalizada e teimosia é sinônimo de pai e mãe colados aos smartphones ao ponto de a Lívia dizer "larga o celular"! Criança vai sintonizar com quem tem interesse em estar realmente de corpo e alma com ela! E se você deixar passar essa fase tão rica e crucial na vida desse ser humano de pouca idade, ao olhar para trás, verá que a criança cresceu e você não fez tanto sentido na vida dela! Eu dedico minha vida, portanto, aos meus compromissos, mas também às minhas filhas, pois a maior razão para eu desejar e precisar ser melhor é a existência delas!