Nesses quase quatro anos e
meio que sou mãe, já passei por muitas fases! Isso sem contar o tempo desde a
primeira gravidez...
Imagino que todas as mães
também passem por coisas parecidas, mas não costumamos abrir a caixinha de
surpresas e desabafar tudo de uma vez.
Agora que temos redes
sociais como aliadas, pelo menos eu, afogo minhas lágrimas lendo relatos de
outras mães desesperadas e quando se trata das minhas filhas, as postagens se
resumem a fotos de uma vida cor de rosa (mas pode ser a cor que você quiser).
Ou seja, fotos de uma vida editada e que só aparece o mar de rosas!
Por trás daqueles sorrisos
e poses, há seres humanos reais, uns adultos – como meu marido e eu, e outros
de pouca idade – como Lívia e Clarice ou Clarice e Lívia** – que se digladiam
boa parte do tempo para tentar viver bem dentro de uma educação saudável em
todas as dimensões.
**Pode até parecer doença,
mas até quando vou citá-las fico em dúvida em quem colocar primeiro para elas
não pensarem, num futuro, que eu coloco quem eu gosto mais! Isso é
inconcebível! Eu as amo igual, com a mesma intensidade, apesar das relações
diferentes entre nós. Às vezes, coloco em ordem alfabética, em ordem
cronológica... mas sempre fica a pulga atrás da minha orelha.
Voltando aos seres humanos
reais... Agora que minhas filhas já passaram daquelas fases mais dependentes
(que incluem puerpério e amamentação), sinto que lido melhor com os ‘dramas’ do
dia-a-dia e até me atrevo a emitir opiniões, me sentindo “a mãe experiente”. Pode
até parecer pretensioso da minha parte, mas não é. Eu falo sim, mas quando me
perguntam, quando querem realmente saber o que penso e isso pode até ajudar
alguma mãe ou pai que esteja passando por uma situação difícil.
Algumas coisas que
marcaram muito minha vida de mãe foram meus partos, pois passei por uma cesárea
e depois por um parto natural – e isso ainda causa estranheza em muuuuitas
pessoas; as amamentações, porque achei que lidaria muito bem, mas sofri coisas
diferentes nas duas vezes que amamentei; mesmo entendendo e achando o máximo as
mães que amamentam para além dos 6 meses, não me via muito mais do que isso
amamentando (amamentei 16 meses no total das duas filhas); a ida da Lívia para
a escola; a segunda gravidez; a ida da Clarice para a escola; os cuidados da
escola definitivamente nunca serão os mesmos que os meus e tive que conviver
com isso e relevar muitas coisas para viver mais leve; Lívia usar e deixar de
usar o bico; o desfralde da Lívia; os traumas com cocô; e agora estou vivendo o
desfralde da Clarice que, obviamente, está sendo diferente do da Lívia em tudo.
Sinto que sou muito mais
forte hoje com as duas, do que quando só tinha a Lívia. Ter as duas num curto
espaço de tempo me ajudou em muitas coisas. Consigo lembrar algumas coisas que
fiz da primeira vez e não repetir. Ou por esquecer completamente como foi com a
Lívia, faço diferente mesmo! E assim vai indo. Percebi que promessas feitas para
crianças têm que ser cumpridas, pois elas cobram... Eu sei bem disso, pois até
hoje tem uma promessa que meu pai não cumpriu.
E mesmo agora estando mais
“calejada”, ainda fico abismada com os palpites desnecessários que surgem do
nada de vez em quando ou com os que me são contados pelas recém-mães... Essa é
uma das perguntas que ainda não calou em mim: por que surgem/há tantos
especialistas em gestação, bebê, maternidade quando engravidamos ou temos bebê/crianças
pequenas???
Foto: 31 de julho de 2016. Créditos: Allan ou Cami Johann (não lembro)!